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Jurado n°2 – A complexidade de se fazer justiça

O filme dirigido pela lenda Clint Eastwood mostra um caso que parece fácil de solucionar, mas possui várias nuances que serviram de armadilhas para se decretar a condenação de uma pessoa inocente. O presente post pretende mostrar os erros que a investigação acabou tomando, mostrando como o sistema de justiça pode ser falho . E o mais impactante é saber que embora seja uma obra de ficção, há muitos casos em nossa realidade que seguiram o mesmo rumo do filme. Fica avisado que o post contém spoilers da obra.

Nem tudo é o que parece

Uma mulher chamada Kendall Carter é encontrada morta sob um viaduto após uma briga em um bar com o namorado, James Sythe. A investigação da polícia coloca James como o principal suspeito de ter cometido assassinato. A promotoria acata a versão policial e também o coloca como o autor do crime. O problema é que o caso não é tão simples quanto parece. O fato do namorado participar de uma gangue, da primeira testemunha no júri relatar que James e Kendall tiveram uma briga feia no bar contribuíram para que os jurados  acreditassem que James fosse o culpado. Ocorre que esses fatos não configuram provas suficientes para se chegar na conclusão de que James fosse o criminoso.

Percebe-se que o grande problema do caso são os frágeis indícios não sustentados por outros elementos de provas mais robustos. A promotoria e a polícia nutrem a certeza que James foi o culpado, sendo esta sustentada na pressa de solucionar o caso. A ânsia de fazer justiça a todo custo, acaba fazendo com que o sistema judicial se precipite tendo que achar um bode expiatório. Isso é muito comum acontecer em nossa realidade, principalmente quando se trata de um caso midiático.

Visão de túnel

Na investigação policial apresentada no filme pode-se enxergar a chamada visão de túnel. Ela consiste num fator que é um dos grandes responsáveis em prejudicar a condução da elucidação de um caso criminal. Pode ser observada quando os investigadores, promotores ou juízes possuem uma tendência de focar em apenas uma linha da investigação. Isso pode levar a condenações injustiças, como é o caso retratado no filme. Sendo assim, por mais que a relação de Kendall e James fosse conturbada, não podia se descartar a possibilidade de ter outro suspeito.. Visto que a realidade mostra-se mais complexa do que se imagina, existindo outros pontos de vistas que a polícia deve considerar numa investigação.

A complexidade de fazer justiça

Ao assistir o filme, é até mais fácil pensar em James como culpado, visto que olhar para suspeito seria mais trabalhoso de se provar. Mas fazer justiça dá trabalho e é preciso se desprender de certos estereótipos que estão enraizados na nossa cultura. Pois, embora James tivesse toda a pinta de vilão, nem o culpado quis de fato matar Kendall. Entende-se que a conduta do responsável pela morte de Kendall se configura no homicídio culposo. Tal conduta ocorre quando no indivíduo não possui intenção de matar e viola o dever de cuidado. É preocupante imaginar que existem vários James na vida real que são condenados injustamente. Suas vidas acabam ceifadas por um sistema de justiça que se preocupa mais no resultado do que nos meios de se chegar nele.

Maykon Douglas

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